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A memória e as armadilhas do pensamento

Memórias são arquivos de informações captadas no ambiente, e que guardamos coisas que não são nossas A maioria das pessoas passam por momentos desconfortáveis e indesejados na vida e não percebem o quanto estão sendo manipuladas pelas memórias. Quando aprendemos o que são memórias, começamos a entender melhor porque agimos de forma inadequada e como podemos fazer diferente do que já fizemos na maioria das vezes. Começamos a deixar de sobreviver e experimentar o que é viver de verdade.Ao observarmos o que são memórias, podemos perceber o tanto de manipulação subliminar estamos sujeitos. O quanto robotizados estamos. O quão trabalhoso pode parecer ser para aqueles que querem vencer momentos sofridos em algumas etapas da vida. E aprendemos os motivos pelos quais para uma boa parte das pessoas mudar aparenta ser difícil. Quando aprendemos que memórias são arquivos de informações captadas no ambiente, e que guardamos coisas que não são nossas, podemos fazer uma caminhada diferente em direção a perceber o nosso verdadeiro ser. Nos curarmos e nos limparmos de verdade. Esse processo sim é em direção ao nosso verdadeiro eu e a verdadeira cura. A maioria de nós acreditamos que tudo que pensamos são pensamentos verdadeiramente nossos, entretanto, quando aprendemos que a maioria são meras memórias, e que a maioria delas não nos pertencem, isso propicia uma mudança de atitude e consequentemente melhoria na qualidade de vida. Fora isso, somos apenas reflexo dos nossos instintos mais primitivos, animalizados e selvagens. Saímos de fato da selva, mas na prática agimos como se selva ainda estivéssemos, por falta de educação emocional. Essas memórias primitivas ainda estão habitando em nós e precisamos nos domesticarmos e educarmos elas para começarmos a viver em vez de continuarmos apenas sobrevivendo. Regulação Emocional Primária Então, para vencer na vida, não precisamos de algo mirabolante, precisamos simplificarmos a forma de nos vermos e aprendermos a limpar o nosso corpo daquilo que não nos pertence, com isso o processo de cura interior e exterior pode acontecer. Dentro desta perspectiva, a Regulação Emocional Primária – REP, tem auxiliado pessoas com dificuldades emocionais e psicológicas a se curarem de traumas que as levaram a doenças indesejáveis. O processo de limpeza das memórias emocionais é um dos processos que auxilia qualquer pessoa a vencer na vida, pois possibilita a qualquer um se ver de forma mais realista e verdadeira. Quando nos limpamos de pensamentos (memórias) inadequadas, passamos para uma etapa de conscientização e responsabilidade com nós mesmos. Esse é o início da verdadeira cura emocional, psicológica e consequentemente mental. A Educação Emocional é primordial para conquistarmos a Inteligência Emocional, sem ela continuamos sendo apenas meros robôs, ou seja, meros repetidores de memórias, de um programa limitado e limitante. Com a educação emocional podemos ser verdadeiramente nós mesmo, e conquistarmos mais liberdade de sentir e viver a vida de forma mais plena. Ser educado emocionalmente é essencial para nos domesticarmos e caminharmos em direção ao verdadeiro aspecto humano em nós. Dagoberto Bonavides é Psicólogo Clínico (CRP-03/11225), Mestre peloInstituto de Ciências da Saúde – UFBA e Autor da:Regulação Emociona Primária – REP Artigo da Revista VIVA+

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Terapia para Regulação Emocional Primária

O método IDI (Introspecção Dinâmica Induzida) regula as emoções a partir das memórias primitivas, corpóreas e biológicas Ter autonomia sobre nossos sentimentos e emoções, sobretudo em momentos como esse, pelo qual atravessa a humanidade. A cada dia temos notícias que engrossam as estatísticas do número de suicídios, transtornos mentais e comportamentais que acometem e incapacitam profissionais das mais diversas áreas de atuação, e o aumento do número da violência , em todo o mundo. Certamente nos perguntamos sobre a origem de tudo isso, e podemos não saber exatamente a resposta, mas podemos entender que parte disso é reflexo das emoções problemáticas, às quais todos nós estamos submetidos. E o que fazer quando existem “emoções problemáticas”?  A resposta está na Regulação Emocional. “O importante ou desejável não é anular os nossos sentimentos negativos, mas sim regulá-los, de forma a sermos nós a controlá-los e não eles a controlar-nos”. Mas o que é Regulação Emocional? “A regulação das emoções tem dois componentes: por um lado é importante regular a experiência emocional, por outro regular a expressão emocional. E é importante, de fato, distingui-los. Vivenciar uma emoção não implica necessariamente em agir, e expressá-la não precisa ser de forma dura ou inapropriada. É preciso conhecê-las e educá-las”. É o que defende o Psicólogo e Neurocientista Clínico, Dagoberto Bonavídes, Mestre em Programas Integrativos dos Órgãos e Sistemas pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e fundador da Associação Brasileira de Terapia Regressiva (ABTR). O modelo desenvolvido por Bonavides, batizado de Regulação Emocional Primária (REP) pode ser visto como um complemento das Terapias Cognitiva Comportamental (TCC) e Cognitivo Processual (TCP), que traz como principio básico, a educação das emoções no indivíduo. De acordo com o criador da REP, “a emoção é um fator biológico e o sentimento é psicológico. Assim, as emoções têm ligação com nosso instinto de sobrevivência, enquanto parte de memórias primitivas estão ainda habitando em nós, como forma de nos domesticar e educar para sobreviver em sociedade”. Memórias x pensamentos “Desse modo, as memórias seriam reflexos dos nossos instintos e a maioria de nossos pensamentos não são verdadeiramente nossos, e sim falsas memórias e falsas crenças que advêm de memórias ancestrais que carregamos biologicamente. Entretanto, quando aprendemos a diferenciar pensamentos reais dessas memórias, que não nos pertencem, isso propicia uma mudança de atitude e consequentemente uma melhoria na qualidade de vida”, revela. Na prática, o trabalho da REP consiste em um processo de psicoeducação por meio do método IDI (Introspecção Dinâmica Induzida) que regula as emoções a partir das memórias primitivas, corpóreas e biológicas, com o qual é possível tratar patologias como: transtornos de ansiedade (síndrome do pânico); depressão; depressão bipolar; TOC; TDAH; transtornos de personalidade; compulsão sexual, etc. Ainda de acordo com o autor, com a união de técnicas da mediação ativa, da neurociência e da psicologia clínica, método também tem sido muito eficaz nas terapias de casal. “Atendo pacientes em consultório com o modelo que como o nome já diz, trabalha as emoções primárias (medo, raiva e ansiedade). O objetivo é treinar a pessoa para que ela aprenda a lidar com suas emoções e comportamentos diante dos fatos e situações apresentadas no dia a dia”, complementa. Sobre o autor da REP – Dagoberto Bonavídes Psicólogo e Neurocientista Clínico. Mestre pelo ICS-UFBA e Doutorando (tema: REP). Formações em: Deep Memory Process; TCP (Terapia Cognitiva Processual); DBT (Dialect Behavior Therapy ); TE (Terapia de Esquema) e Dinâmica Energética do Psiquismo. Autor da Regulação Emocional Primária (REP). Fundador da Associação Brasileira de Terapia Regressiva (ABTR). Artigos https://portalseer.ufba.br/index.php/index/search/authors/view?firstName=Dagoberto&middleName=Bonavides%20de&lastName=Oliveira&affiliation=UFBA&country=BR https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462020000300250&lng=en&nrm=iso&tlng=en http://www.brazilianjournals.com/index.php/index/search/authors/view?firstName=Dagoberto&middleName=&lastName=Bonavides&affiliation=&country= https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/mdl-31769377 https://salvador.fgn.edu.br/eventos/ii-semana-de-psicologia-da-fgn https://saude.abril.com.br/medicina/conheca-os-finalistas-do-premio-abril-dasa-de-inovacao-medica/ http://www.crefono4.org.br/noticias/noticia/1379/bahia-recebe-eventos-em-alusao-ao-dia-internacional-de-atencao-a-gagueira https://pdfs.semanticscholar.org/beb4/d8372ae44a34d527358780492eeb1df9ddc0.pdf?_ga=2.119536905.1818145269.1589297476-1666539551.1589125036

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Como cheguei à criação da REP

A história da REP começou muito antes de implementar o modelo com os meus pacientes. Precisou de tempo e de muito conhecimento para chegar à sua criação e lapidação. Já são 22 anos de estudo que, hoje, resulta num trabalho sério e diferenciado, que gera resultados transformadores na vida das pessoas. Parte significativa dessa trajetória foi iniciada quando fiz curso de Deep Memory Process, com Roger Woolger, PhD. Durante as aulas práticas, havia algo que chamava muito a minha atenção: ele sempre terminava o trabalho de integração dos aspectos psicológicos com uma pergunta muito interessante e que ficou gravada para mim. “O que você ainda guarda na sua memória? ” Eu percebia que essa pergunta fazia um efeito muito importante para quem estava passando pelo processo terapêutico. Era como um marcador capaz de chamar a atenção da pessoa para que ela pudesse perceber, em seu dia a dia, o que ela repetia do que ficou gravado em suas memórias (filogenéticas e ontogenéticas). A pergunta era feita sempre ao final do processo e foi com base nela que despertei o interesse por pesquisar mais sobre as memórias. Passei a observar esses marcadores no meu dia a dia também, e foi através dessas observações que eu comecei a perceber que o nosso comportamento e, principalmente, a nossa forma de pensar não são pensamentos muito originais, mas repetições baseadas em memórias emocionais e traumáticas, na sua maioria herdadas e por vezes influenciadas por essas memórias herdadas, resumindo, não não nossas. Diante dessas descobertas, comecei a pensar numa forma de desfazer e diluir esses marcadores presentes em situações cotidianas da nossa vida. Passei a estudar sobre as memórias, fazer essas observações diante da minha própria vida, dos meus pensamentos, dos meus comportamentos e da forma que eu interpretava o comportamento das pessoas, com relação a mim e com relação aos acontecimentos. Passei a perceber que isso tinha uma ligação direta com a formação da personalidade e seus sistemas de defesa, e a principal origem com a qual a personalidade se desenvolve, o instinto de sobrevivência. Para Freud, também chamado de ID. Percebi que o instinto é esse marcador. Algo que faz parte do nosso sistema biológico e que norteia o desenvolvimento do nosso aspecto psicológico. Mas como lidar com ele? O fato desse marcador estar presente por toda a nossa vida, faz com que a gente precise desenvolver estratégias para que ele não defina o resultado final – os nossos comportamentos, nos tonando reféns desse sistema de proteção e de memórias ancestrais. Foi assim que desenvolvi a REP, esse modelo de Psicoeducação, exatamente para levar as pessoas à um ponto de equilíbrio e fazer elas perceberem esse marcador como um sinal de alerta e, a partir dele, ter a opção de tomar decisões de uma forma mais autônoma, não agindo simplesmente por uma resposta automática a esse marcador e, sim, viver de acordo com quem verdadeiramente é, para além dos instintos, das memórias e da personalidade.

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